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Relato do Parto

As noites anteriores foram de muita ansiedade, e muitas vezes, despertei no meio da madrugada sem sono, outras, sonhei com o tão aguardado momento em flashes confusos e um pouco perturbadores. Na véspera foi bem diferente, tive uma madrugada serena e de sono tranquilo.

Meu parto foi mais ou menos marcado. Tipo assim, eu iria fazer uma ultra pela tarde e depois leva-la para o meu medico avaliar. Se tivesse tudo madurinho no Pietro pronto! Iriamos para a maternidade, senão voltariamos em mais alguns dias. Mas eu tava sentindo q seria naquele dia... Acordei mega cedo e nem preciso contar o quão estava ansiosa. As 10:00h da manhã, fui tomar um banho e me arrumar: ajeitei o cabelo e fiz uma maquiagem básica pra disfarçar as olheiras e o rosto inchado. Passei corretivo no medo e usei a alegria de blush, pra ficar bem estampada em meu rosto.

Assim que chegamos em Salvador fui direto para a clinica da ultra. Eu estava marcada para as 15h mas cheguei mais cedo, antes mesmo da medica. Durante a ultra, eu e o Jão ouvíamos ansiosos os detalhes sobre como estava o nosso príncipe. A medica dizia: "São cinco fatores que o bebe precisa passar para ver se ja esta pronto..." E aí então passava o primeiro, o segundo, e o Pietro aprovadissimo em todos os quesitos e a nossa ansiedade ja nao cabia na gente. No fim da ultra a medica disse q o gostoso estava pronto e era só o meu médico que iria decidir. Então lá fomos nós no consultório do Dr. Elziro e ele imediatamente após ver a ultra liga pra maternidade na nossa frente: "Tem vaga? Só uma? Segura aí q ja estou mandando a paciente!" Nossaaa! Tremiiiii!!! Mas já Dr? Claro. Só tem uma vaga e não podemos esperar pois o hospital é muito disputado. (É um excelente hospital maternidade em Salvador).

E lá fomos eu, mainha e Jão. Quando chegamos a maternidade, assinamos alguns papeis, colocaram uma pulseirinha no meu braço e fui pro quarto tomar banho com sabonete especial e esperar a técnica de enfermagem levar aquela roupinha da bunda de fora. Depois de tudo pronto, chegou a mulher com a maca e fui rumo à sala de cirurgia.

Confesso que até o último momento não parecia que tinha chegado a hora, estava sendo tudo tão simples, tipo, cheguei , troquei de roupa e estou indo ali buscar meu bebê. Onde estava todo aquele roteiro ensaiado durante nove meses? Realmente, as cenas de filmes e novelas são apenas cenas de filmes e novelas. As luzes do teto que me guiavam até a sala de cirurgia foram contadas mentalmente uma a uma entre alguns devaneios: “Tá chegando”, “Mantenha a calma Nai”, “Posso gritar?”, “Cara, não estou crendo nisso”, “Respira fundo, respira fundo”, “Filhooo, vamos nos conhecer aqui foraaaa!”, enfim, muita ansiedade e expectativa. Marido foi ao lado, acompanhando e perguntando se estava tudo bem. Estava. Fui para a sala, enquanto ele foi pra não sei onde trocar de roupa.

Começou todo o processo de preparação para a cesária. Conversei com o anestesista, que foi um amor e foi me explicando todo o processo. A ráqui é incomoda, mas não é dolorida, foi tranquilo e suportável. Olhava pra minha tão amada barriguinha, naquela posição de lado, e a vontade de pedir um stop no relógio era imensa, fechei os olhos, pedi proteção a Deus, pensei em alguns momentos bons da gravidez, alisei pela última vez o meu buchinho, engoli o nó na garganta.Já estava com tantas saudades…

Dr. Elziro entrou e começou a cirurgia. Olhei para os lados e nada do Jão entrar também, foi me dando a maior vontade de chorar, queria ele ali o quanto antes. Quando perguntei por ele pela segunda vez ou pensei em perguntar, sei lá, ele veio ao meu lado e falou que estava ali comigo e fotografando o parto, me pediu calma e foi para o lado de lá do pano (É, ele me conhece internamente, as minhas sete camadas de gordura não são tão feias assim...) e prontamente pensei “Se acontecer alguma coisa inesperada ele vai resolver, agora sim, estou segura”. Um apoio emocional é fundamental nesse momento, nem imaginava o quanto.

Ainda tentava manter a calma, quando escutava os batimentos aumentando, (lá naquele aparelho do pi..pi..pi), controlei o ritmo do meu coração até então, mas quando ouvi o médico mostrando o Pietro ainda dentro da minha barriga para o pai fotografar, me entreguei ao momento e a emoção e deixei que todas as lágrimas acumuladas até então, fizessem a festa. Depois não demorou mais do que cinco minutos pra escutar o chorinho do Pietro.

Agora vocês terão que me desculpar, porque esse momento não tem como descrever… é imensamente maior do que qualquer palavra e não existe substantivo para tal sentimento. Só sei dizer que a primeira vez que olhei o meu bebê deitado sobre o meu peito, tão calminho, mais com uma carinha de quem nao tinha gostado nada de ter saído da barriga, foi o momento mais importante de toda a minha vida…

Falei baixinho “Calma filho, mamãe ta aqui, calma pequeno, bem vindo!”. Pronto, posamos pra foto e tenho certeza que ali nasceu uma família feliz!!!

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